Há quem junte moedinhas para comprar um novo celular. Há quem guarde o troco do pão por anos até comprar uma televisão com mais polegadas. Há também aqueles que passam uma vida sonhando por algo novo. E que só irão se contentar com a vida depois da compra desse sonho.
Parece engraçado, mas o mundo ocidental (capitalista) já anuncia, desde o começo do século XX, esta rotatividade e consequente insatisfação pelo que se tem. Na década de 1920, o presidente da G.M. (General Motors) Alfred Sloan resolveu dar início a uma produção de veículos diferente a cada ano. Novos acessórios, cores e outros atrativos que faziam com que os mesmos consumidores comprassem carros diferentes anualmente. Seja pelo status que um automóvel novo poderia dar, seja pela sede de novidades que a G.M. trazia, seja pelo simples fato de que os automóveis antigos já não possuíam a mesma performance ou potência que os lançamentos da marca.
Neste período, ocorreu o início da formação de acordos entre empresas concorrentes, a fim de que seus produtos perdessem qualidade juntos, que seus preços baixassem juntos, vendessem juntos e, é claro, lucrassem juntos, baseando-se no princípio de que “Um artigo que não se desgasta é uma tragédia para os negócios!”. Essa prática utilizada pelas indústrias é conhecida até hoje como formação de cartéis.
A indústria evoluía e a produção era incansável, o consumidor comprava, mas o número de compradores já não era suficiente. Em 1929, enfim, os preços caíram e Wall Street quebrou. O mundo capitalista sofreu a sua pior crise até então, mas o Estado não tardou em criar uma solução (que ficou conhecida como o American Way of Life), baseada no consumismo, em comprar não somente por necessidade, mas por diversão. E até hoje este pensamento está enraizado na mente de muita gente que sempre encontra-se insatisfeita e acaba encontrando no consumo uma fonte de felicidade.
Só nas décadas de 1930 e 1940, contudo, que esta rotatividade, aliada à insatisfação dos produtos que já não funcionavam direito, tornou-se a principal estratégia do mercado para conquistar, num intervalo ainda mais curto, mais consumidores e vendas. Tal prática ficou conhecida como Obsolescência Programada.
Entretanto, antes do século XX, como era a interação entre a compra e venda de produtos para com os consumidores? Já existia essa voracidade pelo novo e moderno?
A resposta é simples e histórica. Os artesãos, ao criarem seus produtos, os faziam com maior minúcia e qualidade possíveis. Suas criações possuíam tamanha durabilidade, que acompanhavam toda a vida de quem os adquirisse.
Com o passar do tempo, surgiram as manufaturas, e o comportamento era o mesmo: produzir para durar. Esse comportamento prevaleceu ainda mais tarde, com o final da 1ª e início da 2ª Revolução Industrial, onde as máquinas deram início à substituição do trabalho humano.
O cenário mundial já era quase todo capitalista, mas, ao comprar uma televisão, esta mantinha-se funcionando do nascimento à morte do consumidor. Uma geladeira resfriava gerações. Um liquidificador ajudava a fazer bolos para muitos aniversários. As mercadorias saíam das lojas, raramente chegavam às assistências técnicas, e viravam bens da família. Ou melhor, bens duráveis elevados quase ao posto de produtos não-perecíveis.
Embora grande parcela da população considere a obsolescência programada um comportamento antiético e duvidoso, tal prática também possui seus pontos positivos. Afinal, no fim das contas, é graças à rotatividade industrial, à vontade e à busca por novidades que nós vivemos uma constante Revolução Tecnológica, alçando voos cada vez maiores na incansável tarefa de melhorar o melhor e, por fim, progredir.
Porém, não podemos nos esquecer dos impactos ambientais causados por esse conforto que possuímos. Milhares de pessoas sofrem perdendo o seu espaço, a sua pátria e até a sua liberdade, para garantir o conforto de uma elite minoritária.
O vídeo abaixo vai a fundo no assunto e explica em detalhes como funciona o sistema de produção industrial atualmente. Confira!!
Porém, não podemos nos esquecer dos impactos ambientais causados por esse conforto que possuímos. Milhares de pessoas sofrem perdendo o seu espaço, a sua pátria e até a sua liberdade, para garantir o conforto de uma elite minoritária.
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